Notícias > II Seminário de Letras e Antropologia: diferenças e outras linguagens





II Seminário de Letras e Antropologia: diferenças e outras linguagens, promovido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Transdisciplinares em Literatura, Linguística e Humanidades (LLEHUT/CNPq) e pelos cursos de Letras, Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão ( CCHSTL E CCANL/UEMASUL), será realizado virtualmente entre os dias 04 e 08 de outubro de 2021. O evento contará com duas conferências (abertura e encerramento), quatro mesas-redondas e quatro simpósios coordenados por pesquisadoras e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, cujo objeto de reflexão é a intersecção entre linguagem e ciências humanas.

 

COORDERNAÇÃO:

Profa. Dra. Gabriela Guimarães Jerônimo - CCHSTL/UEMASUL

Prof. Doutorande Lux Ferreira Lima - PPGAS/USP

Prof. Dr. Rogério Fernandes Dos Santos - CCANL/UEMASUL

Profa. Dra. Thaís Chang Waldman - Museu Paulista/USP

DATAS IMPORTANTES:

Submissão de trabalho em Simpósio: 26/08/2021 a 26/09/2021

Carta de Aceite: 27/09/2021 a 01/10/2021

Inscrição como ouvinte: 26/08/2021 a 01/10/2021

 

INFORMAÇÕES:

seminario.letras.antropologia@uemasul.edu.br

 

SIMPÓSIO I – Museus e monumentos: narrativas em disputa

Thaís Waldman (Museu Paulista/USP)

 

Este grupo de trabalho dialoga diretamente com o atual debate em torno da derrubada/reconfiguração de monumentos históricos. Lembremos da estátua de Edward Colston, homenagem feita em 1895 a um traficante de escravizados que viveu de 1636 a 1721, jogada sob aplausos no Rio Avon, no Reino Unido, em junho de 2020, em meio a uma grande onda de protestos do movimento Black Lives Matter. Ou então, do Museu de História Natural de Nova York, que anunciou, no mesmo ano, a retirada da estátua de Theodore Roosevelt da entrada principal da instituição, onde ela está instalada desde a inauguração do museu em 1940, representando o ex-presidente dos Estados Unidos, a cavalo, ladeado por um homem negro e um indígena, ambos a pé. Já no contexto brasileiro, como não lembrar da enorme estátua do Borba Gato em chamas? Inaugurada na cidade de São Paulo pouco antes de ser deflagrado o golpe que instaura a ditadura militar no país, a homenagem ao bandeirante foi incendiada em julho de 2021 pelo grupo Revolução Periférica. Que histórias essas obras e instituições (não) nos contam? Quais os embates políticos em torno de seus significados e usos? De que modo elas podem ser vistas como símbolos e também como agentes da vida social em constante des-re-construção? O intuito deste grupo de trabalho é colocar em diálogo pesquisas interessadas nesses embates por memórias, personagens e narrativas.

 

SIMPÓSIO II – DIÁSPORA E PERIFERIA NAS LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Rogério Fernandes dos Santos (CCANL/UEMASUL)

 

As literaturas em expressão portuguesa, aquelas produzidas nas antigas colônias de Portugal, compartilham experiências de trauma, exílio e diáspora, perfazendo um território de narrativas em que se evidencia a formação de locais de resistência às estruturas sociais e de poder originárias do trauma da dominação colonial. Assim, propomos um exercício de reflexão sobre as literaturas em expressão portuguesa que contemple:

1) a questão da violenta invisibilização do corpo negro na sociedade brasileira;

2) trauma e regimes autoritários na ficção contemporânea;

3) os mecanismos e estratégias de silenciamento;

4) a formação de cânones literários e a desconstrução de seus discursos;

5) memória, rituais, afetos e resistência nas narrativas de si e do outro;

6) a representação de sujeitos e subjetividades LGBT+ nas literaturas em expressão portuguesa.

 

SIMPÓSIO III – SABERES E SILENCIAMENTOS: LÍNGUA, MEMÓRIA E OUTROS ESPAÇOS

Gabriela Guimarães Jeronimo (CCHSTL/UEMASUL)

 

Todas as sociedades, através das mais variadas formas de linguagem, deixam registradas sua história, sua cultura e, concomitantemente, seus saberes. No entanto, muitas dessas histórias, culturas e saberes são constantemente silenciados, em especial, nas localidades que passaram pelo processo de colonização, como é o caso do Brasil. Nesse sentido, a proposta central desse grupo de trabalho é pensar as condições de escuta, no sentido de trazer para o foco de nossas reflexões sujeitos que falam de entre-lugares, cicatrizes históricas que estão longe de ser um locus concreto e bem delimitado, mas fraturas produzidas pelo embate entre duas forças: uma que quer dominar e a outra que não quer ser dominada. Esses saberes, que não são nem periféricos, nem dominantes, tampouco híbridos, atravessam a língua que falamos, as memórias que compartilhamos, os espaços que construímos e habitamos, ou seja, as diversas formas de linguagem que temos a nossa disposição. Portanto, esse espaço de discussão estará voltado aos estudos e pesquisas que se propõem a pensar e trazer para o centro outros registros de língua, outras literaturas, outras fotografias, outras ciências que não sejam aquelas fruto de um poder hegemônico.

 

SIMPÓSIO IV – ESCRITA DE SI, ESCRITA DA DIFERENÇA E PRODUÇÃO DE OUTROS IMAGINÁRIOS

Lux Ferreira Lima (PPGAS/USP)

 

E se escrita de si fosse entendida como um processo de elaboração sobre vida, sobre vidas, recusando o pressuposto convencional de foco em individualidade e se atendo a conexões, a vínculos que fazem pessoas? E se contar histórias fosse prática de elaborar e visibilizar o que é apagado e esquecido em narrativas convencionais que ocupam regimes discursivos hegemônicos sobre grupos assujeitados, fosse empreendimento de reconfiguração de imagens de diferença em termos que não os que a reduzem a moldes totalizantes de estigmatização e inimizade de um lado, ou de vitimização e destituição de agência, de outro? E se ao falar do passado, ao tecer reflexões sobre memória e assim refazê-la, perturbemos paradigmas de futuro apresentados como incontornáveis? Quais estratégias de composição da subjetividade nos oferecem outras gramáticas, negociam enquadramentos disponíveis? De que outras formas podemos movimentar palavras e saberes no projeto biográfico, considerando articulações entre marcadores sociais da diferença como gênero, sexualidade, raça, classe, geração e deficiência de tal modo que se desafie narrativas, remodele espaços de enunciação, sugira saídas a outros horizontes de existência, saber e política? Esse grupo de trabalho objetiva abrigar comunicações e relatos de experiência que pretendam testar seja formas expressivas de si, seja análises de narrativas biográficas que privilegiem uma perspectiva interseccional. Trata-se de um convite, sobretudo, a conversas abertas sobre experimentos de implicação.

 

INSCRIÇÕES NO SITE: https://doity.com.br/ii-seminario-de-letras-e-antropologia-uemasul


Notícia cadastrada em 27/08/2021 11:27  
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