LITERATURA E ENSINO: UMA PROPOSTA INTERTEXTUAL ENVOLVENDO O ROMANCE ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, DE JOSÉ SARAMAGO
intertextualidade; literatura; ensino; dialogismo
Esta investigação elabora estudo sobre a obra Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, publicada em 1995, e realiza análises que evidenciam a percepção do intertexto com outras narrativas, sendo elas: Vidas Secas, de Graciliano Ramos, com a temática da zoomorfização das personagens e Hunger Games (Jogos Vorazes), de Suzanne Collins, com os intertextos da busca por sobrevivência e a perda de valores. O romance tornou-se um dos mais famosos e renomados do autor português, por sua relevância recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1998. O objetivo geral é contribuir com os estudos do ensino de Literatura, evidenciando a dinamicidade dos diálogos intertextuais para o sentido completo do texto. Assim, partimos dos seguintes objetivos específicos:
identificar intertextos possíveis no estudo da obra Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, na perspectiva do ensino, e apresentar uma possibilidade para o ensino de Literatura vinculado aos estudos da intertextualidade por meio da criação de um website (Produto Técnico-Tecnológico- PTT). Essa investigação foi desenvolvida fundamentada por autores como Bakhtin (2016), com o conceito de dialogismo e Fiorin (2019) que reitera os estudos do teórico russo; Gérard Genette (1982), que desenvolve estudos da narrativa; Julia Kristeva (1974), na discussão do conceito de intertextualidade. Além de Fávero (2014), Cosson (2010), Soares (2004) e Paulo Freire (1989), pesquisadores que abordam sobre Linguística Textual, Literatura, leitura e ensino e que contribuíram para esse estudo. Ademais, consultamos o que está previsto nos documentos oficiais como a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) no que se refere a intertextualidade no contexto da educação básica. Os resultados das análises intertextuais apontam para a possibilidade dessa relação dialógica existente entre o romance de Saramago, as narrativas de Graciliano Ramos e Suzanne Collins e indicam a produtividade dos recursos intertextuais para os estudos literários.